domingo, 8 de março de 2009

Dar banho na alma

Há tempos que venho com vontade de tomar banho de chuva num dia quente em que as gotas caiam gordas, cheias, deliciosas.
Ontem fiz isso.
Sai para caminhar e vi o céu pesado, cinza-chumbo. Sentei na praça onde minha avó levava a meu irmão e a mim quando eu tinha menos de cinco anos, fiquei sentada carregando as baterias enquanto as crianças brincavam e corriam e gritavam e pulavam e escorregavam e balançavam, esperando a chuva chegar. As primeiras gotas nem me tocaram, a árvore debaixo da qual minha avó se sentava ainda é a mesma e fornece bastante proteção.
Quando as gotas começaram a me molhar, sai andando. Ainda havia algumas famílias com crianças (inclusive bebês de colo) por lá, curtindo a tarde quente (e chuvosa). Começaram a ir embora. Os artesãos já tinham recolhido seus produtos.
Fui andando em direção a casa. Feliz, molhada.
Só quando estendi minha blusa e ela começou a pingar no chão que me dei conta do quanto havia me molhado.

Foi uma delícia meu banho de alma.

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