terça-feira, 5 de agosto de 2008

O que os olhos não vêem o coração não sente?

Recebi por e-mail a informação que transcrevo abaixo tal como recebida e fui conferir a veracidade, o que infelizmente consegui fazer...

Oceano de plástico


Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.


Foto do vórtex


No oceano Pácífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.
Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic
Para ver a animação do vortex feita pelo Greenpeace, clique aqui.


O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.

Tartaruga deformada por aro plástico


A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer,
em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico


E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes:The Independent, Greenpeace e Mindfully

Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e principalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.


Antes de Reciclar, reduza!


***
Algumas outras fontes sobre o tema:

Planeta sustentável:

(...) A primeira vítima dos plásticos que se depositam nos oceanos é a vida animal. Calcula-se que 267 espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta na Normandia, no norte da França, com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago. O plástico encontrado nos oceanos não é apenas aquele que se vê enfeando as praias, como sacolas e garrafas. Uma das principais ameaças vem de peças quase invisíveis, os chamados pellets, bolinhas com meio centímetro de diâmetro utilizadas como matéria-prima pelas indústrias. (...)

Quando eu tinha por volta de 10 anos encontrei bolinhas de plástico na praia. Ninguém sabia explicar de onde vinham. Para mim e algumas outras crianças, virou diversão juntar as bolinhas, um tesouro!, furá-las (coitados dos meus dedos, ai, ai) e fazer colares. Claro que isso não durou muito e também não limpou a praia.

Blue Planet Society

(...) DEAD ZONES are hypoxic (low-oxygen) areas in the world's oceans, the observed incidences of which have been increasing since oceanographers began noting them in the 1970's. In March 2004, when the recently-established UN Environment Programme published its first Global Environment Outlook Year Book (GEO Year Book 2003) it reported 146 dead zones in the world oceans where marine life could not be supported due to depleted oxygen levels. Some of these were as small as a square kilometer, but the largest dead zone covered 70,000 square kilometers. (...)

Tradução livre:
ZONAS MORTAS são áreas hipóxicas (com baixa concentração de oxigênio) dos oceanos do planeta, cuja incidência observada tem aumentado desde que os oceanógrafos notaram sua presença na década de 70. Em março de 2004, quando o recente Programa Ambiental das Nações Unidas publicou o Primeiro Livro Anual de perspectivas Ambientais Globais (GEO Year Book 2003), reportou 146 zonas mortas nos oceanos do mundo onde a vida marinha não posia subsistir devido às baixas taxas de oxigênio. Algumas delas eram tão pequenas quanto um quilômetro quadrado, mas a maior de todas cobria uma área de 70.000 km2.


The Indepentent


3 comentários:

Marly & Thunder disse...

É absolutamente chocante os danos provocados pela humanidade.
Fico muito triste com tudo isto.

Priscilla Paggiaro disse...

Oi Elena, que legal que repercurtiu este alerta por aqui também! Fiquei horrorizada com isso, acho que estamos próximos do fim e não queremos acreditar... Um ótimo fim de semana para você e vamos vestir a camiseta azul amanhã, isto é, mudar nossas atitudes a favor da continuidade da vida no Planeta!

Talma disse...

Oi Elena, achei seu blog pelo da Pri.
Fiquei assustada com o oceano de lixo plástico. De fato esse era um grande questionamento: se o plástico leva séculos para se decompor e ele é uma material relativamente novo, onde foi parar todo o plástico fabricado, usado e descartado, até agora?
Dolorosa resposta.
Beijocas!