quinta-feira, 11 de junho de 2009

Hundido?

29 de dezembro de 2008, Puerto Madero - Buenos Aires
No canteiro de obras onde estão "brotando" várias torres foram descobertos restos arqueológicos de uma embarcação.

Hoje
Após cinco meses de escavações, recuperaram-se potes de cerâmica, 4 canhões de 1 tonelada cada, 2 moedas espanholas, roldanas, muitos metros de cordas de diversas espessuras, uma madeira entalhada, 12 toneladas de lastro e muitas dúvidas.
Supõe-se que seja um barco mercante espanhol, supõe-se que encalhou num banco de areia e sofreu avarias que não tornavam viável o reparo, supõe-se que fazia também a rota comercial a Cuba, supõe-se que levava cerca de 100 tripulantes, supõe-se, supõe-se, supõe-se.
As escavações já terminaram. Foram feitas a toque de caixa, em poucos meses algo que normalmente levaria anos. Esse achado está em propriedade privada, a obra tem que continuar. Durante esse mês de junho de 2009 o local está aberto à visitação pública. Depois, o barco será retirado de lá para ser novamente enterrado. A luz e o ar estão deteriorando as madeiras. Enquanto não se estudar uma forma de conservá-lo, ficará enterrado.
Estive lá ontem, ADOREI a visita guiada. A guia (Alejandra) está super entusiasmada. Ela, todo o grupo de arqueólogos e estudiosos, os demais guias, o governo da cidade. Não é para menos. Numa cidade e um país que como tantos outros recém agora começa a valorizar seus prédios históricos e cultura do passado um achado desses é muito significativo.
O canal National Geographic foi convidado para registrar os trabalhos de escavação, os estudos, as visitas. Assim fica tudo documentado para o público.
Alejandra n
os contou sobre a época, sobre o leito original do Río de la Plata, sobre a dimensão que se planejava que a cidade tivesse, o comércio, a construção dos portos e muito mais. Foi uma deliciosa tarde de passeios, onde também conheci duas belíssimas praças do bairro Puerto Madero que até hoje tinham passado batido para mim. Sobre elas falo mais tarde.
durante o fim de semana passado, que foi o primeiro aberto à visitação, atenderam mais de 1500 pessoas. Em grupos de 15, por questões de segurança. Em 7 guias. Mais de 10 grupos por cada, com duração de 20 minutos. Affff! Ontem tive o prazer de uma visita de quase uma hora de duração, já que em dias de semana o fluxo de visitantes é reduzido (por questões óbvias). Recomendo.
Para agendar a data e o horário de sua visita, clique aqui. E aproveite muito.

Fotos? No site da NatGeo. É proibido fotografar no local... Abaixo algumas antes de começar e depois de terminar a visita.

Essas duas tirei enquanto estava sentada esperando que se forme o grupo e que os demais dois terminem sua volta.

Os capacetes amarelos são um grupo que escuta as explicações históricas vendo os painéis antes de entrar ao canteiro de obras e ver o barco.

E essa foi tirada da rua, depois de terminar. De blusa vermelha e capacete, atrás do alambrado, está Alejandra, nossa guia.

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