Esse foi o primeiro blog que nasceu no idos de abril de 2006 e levou quase um ano para realmente começar a existir. Tinha de tudo (e ainda tem). Alguns assuntos apareciam com muita frequência e ocasionaram a criação de outros dois blogs: o Colorindo a Paisagem e o Nem Só de Caviar. Bem-vindos a todos eles!
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Qualidade de vida em Sampa
Praças e parques de São Paulo: espaços de convivência
Com 5.500 praças e 43 parques municipais concluídos, que devem chegar a 100, até 2012, São Paulo tem procurado criar soluções para melhoria da qualidade de vida da população
Com uma rotina que envolve trânsito, poluição, correria e muito concreto, é fundamental para a saúde mental dos paulistanos – e de todos os moradores de grandes cidades – ter seus momentos de lazer e de contato com a natureza. Em uma cidade sem praia, nada melhor do que usufruir das praças e parques – espaços públicos, a que todos podem ter acesso, passear com a família, reunir amigos, conhecer novas pessoas e desfrutar de uma paisagem mais verde.
Em evento realizado no dia 14 de agosto, na Editora Abril, quatro especialistas falaram um pouco da situação de nossos espaços públicos de convivência e apontaram soluções – já em andamento – para a preservação e melhoria das praças e parques de São Paulo.
Eduardo Jorge, secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, falou sobre o Programa 100 Parques para São Paulo, uma iniciativa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que prevê um total de 100 parques para o município até o ano de 2012.
O secretário comentou que, em 2005, a cidade contava com 33 parques. Desde então, outros dez foram construídos e mais vinte e três estão em fase de implementação. Trinta e quatro novas áreas já foram desapropriadas com a intenção de serem transformadas em parques nos próximos anos e outras 32 áreas estão em fase de negociação e pode ser que também sejam destinadas ao Meio Ambiente.
No último ano, dos quase R$315 milhões que compõem o orçamento da secretaria, cerca de R$50 milhões foram investidos em parques lineares, áreas verdes próximas às várzeas dos rios que, além de se constituírem como espaços de lazer, impedem as enchentes e a invasão imobiliária sobre as águas. De acordo com Eduardo Jorge, a intenção é conseguir mais R$200 milhões junto ao FUNDEMA – Fundo de Defesa do Meio Ambiente para investir nessa mesma tendência no ano que vem.
Um modificação na dinâmica de escolha dos responsáveis pela manutenção e administração dos parques já trouxe vitalidade para esses espaços. Anteriormente, os cargos eram nomeados por vereadores, mas, este ano, foi lançado um edital para a seleção dos profissionais, para o qual mais de duas mil pessoas com nível universitário e experiência em gestão ambiental se inscreveram. “Foi um grande salto administrativo”, garante Eduardo Jorge. Outro quesito que mereceu investimento foi a segurança dos parques municipais. Atualmente, todos eles contam com segurança privada, o que consome R$18 milhões do orçamento da secretaria.
Durante o encontro, o secretário Eduardo Jorge também anunciou o lançamento, previsto para o dia 28 de agosto, do Programa Zeladores, que consiste em contratar moradores do entorno de praças que estejam desempregados e treiná-los para que façam a manutenção desses espaços de convivência. Inicialmente, será feita uma experiência com 40 pessoas, que deve se expandir se o programa funcionar bem. Atualmente, a cidade conta com cerca de 5.500 praças, administradas pelas 31 subprefeituras do município.
O secretário ainda aproveitou para comentar sobre o projeto, em parceria com a Secretaria de Saneamento e Energia, de construção de 44 km de ciclovias, ligando a USP - Universidade de São Paulo à represa de Billings. Para o começo do ano que vem, ele diz que 12 km já devem estar em funcionamento.
Eduardo Jorge falou sobre a importância de se estabelecer parcerias entre a área de meio ambiente e outras áreas que recebam mais investimento público, como Saúde e Educação. Atualmente, 1,5% do orçamento do município cabem à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. O número pode parecer irrisório, mas já foi pior. Em 2005, apenas 0,4% da verba tinha esse destino, número, aliás, que permanece inalterado no âmbito federal.
Regina Monteiro, diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização e responsável pela redação da lei Cidade Limpa, salientou também a importância de parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos que tragam benefícios para a população.
Um exemplo disso é a própria lei Cidade Limpa, que, como explica Regina, procura canalizar o montante de dinheiro das empresas destinado à publicidade, para projetos que visem à melhoria da qualidade de vida nas cidades. Em vez de outdoors espalhados por todos os cantos poluindo a cidade visualmente, placas discretas em canteiros, praças e parques com o logo de empresas que cuidam daquele espaço ou desenvolvem algo de interesse público ali. No entanto, segundo a diretora, ainda há muitas arestas a serem acertadas quando se trata de parcerias, que vão desde o tamanho do nome das empresas nas placas até a contrapartida necessária.
Regina ainda falou sobre a legislação de ocupação urbana. No começo do século 20, a lei já previa que 20% dos terrenos fossem mantidos livres, mas a falta de fiscalização fez com que os proprietários começassem a incorporar as negas. Em 1979, a legislação se tornou mais específica e o loteador passou a ser obrigado a deixar 15% do terreno para áreas verdes, 20% para o sistema viário e 5% para escolas, creches e outras construções públicas. Ainda assim, esses limites não são respeitados atualmente.
Sun Alex, arquiteto e urbanista e autor do livro "Projeto da Praça - Convívio e Exclusão no Espaço Público" apresentou um pouco da pesquisa que realizou para sua tese de doutorado na USP, em que analisa como a construção de praças têm cometido equívocos nas últimas décadas, já que, em sua maioria, não cumprem o objetivo principal, que é de se integrar perfeitamente à arquitetura do entorno e servir como um espaço público de convivência e de fácil acesso, e do qual as pessoas se sintam no direito de usufruir.
Ele explica que, como no Brasil possuímos um projeto automobilístico, que não prioriza os pedestres, a praça, muitas vezes, bloqueia a passagem, impedindo a continuidade da visão da cidade para quem caminha. Como exemplo, Sun citou a Praça Roosevelt, em São Paulo, que é elevada, se separa da rua e se destaca do espaço urbano.
Outra crítica do arquiteto foi em relação à maneira como lidamos com a segurança, enchendo o espaço público de grades e placas, que poluem o visual e intimidam as pessoas. Para ele, as praças deveriam refletir a mistura, a diversidade do entorno. Sun ainda alerta para o fato de que muitas praças utilizam o verde apenas como uma retórica ecológica e de sustentabilidade e acabam criando locais sinistros, impedindo a livre circulação das pessoas.
Para ele, a cidade precisa resgatar o eixo e o sistema de circulação de pedestres, sendo fundamental repensar, inclusive, a largura das calçadas, cuja obrigatoriedade já foi de 2 metros e meio e hoje não passa de um metro e vinte e cinco. Sun diz que o ideal seriam três metros de calçada para facilitar a acessibilidade.
Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, lembrou a situação da floresta: bioma mais ameaçado no país e segundo, no mundo, presente em 17 estados brasileiros e com influência direta sobre a vida de mais de 122 milhões de habitantes. Depois de passar pelos ciclos do pau-brasil, do café, do ouro e da cana, sofrer com a era industrial e com a ocupação urbana, a Mata Atlântica tem apenas 7,26% de sua cobertura original e está extremamente fragmentada. Ainda assim, a população mal sabe dizer onde esse bioma se localiza geograficamente ou qual a sua importância – a Mata Atlântica é fundamental para a preservação da biodiversidade, o equilíbrio do microclima, a garantia da permeabilidade do solo e a diminuição da poluição. Por conta da Serra do Mar, cujo relevo dificulta a exploração do terreno, a área original, no estado de São Paulo, é um pouco maior, de 16%.
A diretora disse que vê com bons olhos as parcerias entre ONGs, poder público e privado. Como um exemplo bem sucedido, ela citou o Click Árvore – programa da SOS Mata Atlântica e do Grupo Abril que promove o reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica, em que cada clique se transforma no plantio de uma árvore. Até agora, mais de 15 milhões de mudas foram plantadas.
Para ela, o cidadão precisa se apropriar das praças e parques, pois além da importância desses espaços para a saúde física e mental da população, eles ajudam a criar, em cada um de nós, uma consciência maior de preservação ambiental.
Leia também:
Evento debate praças e parques de São Paulo
Com uma rotina que envolve trânsito, poluição, correria e muito concreto, é fundamental para a saúde mental dos paulistanos – e de todos os moradores de grandes cidades – ter seus momentos de lazer e de contato com a natureza. Em uma cidade sem praia, nada melhor do que usufruir das praças e parques – espaços públicos, a que todos podem ter acesso, passear com a família, reunir amigos, conhecer novas pessoas e desfrutar de uma paisagem mais verde.
Em evento realizado no dia 14 de agosto, na Editora Abril, quatro especialistas falaram um pouco da situação de nossos espaços públicos de convivência e apontaram soluções – já em andamento – para a preservação e melhoria das praças e parques de São Paulo.
Eduardo Jorge, secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, falou sobre o Programa 100 Parques para São Paulo, uma iniciativa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que prevê um total de 100 parques para o município até o ano de 2012.
O secretário comentou que, em 2005, a cidade contava com 33 parques. Desde então, outros dez foram construídos e mais vinte e três estão em fase de implementação. Trinta e quatro novas áreas já foram desapropriadas com a intenção de serem transformadas em parques nos próximos anos e outras 32 áreas estão em fase de negociação e pode ser que também sejam destinadas ao Meio Ambiente.
No último ano, dos quase R$315 milhões que compõem o orçamento da secretaria, cerca de R$50 milhões foram investidos em parques lineares, áreas verdes próximas às várzeas dos rios que, além de se constituírem como espaços de lazer, impedem as enchentes e a invasão imobiliária sobre as águas. De acordo com Eduardo Jorge, a intenção é conseguir mais R$200 milhões junto ao FUNDEMA – Fundo de Defesa do Meio Ambiente para investir nessa mesma tendência no ano que vem.
Um modificação na dinâmica de escolha dos responsáveis pela manutenção e administração dos parques já trouxe vitalidade para esses espaços. Anteriormente, os cargos eram nomeados por vereadores, mas, este ano, foi lançado um edital para a seleção dos profissionais, para o qual mais de duas mil pessoas com nível universitário e experiência em gestão ambiental se inscreveram. “Foi um grande salto administrativo”, garante Eduardo Jorge. Outro quesito que mereceu investimento foi a segurança dos parques municipais. Atualmente, todos eles contam com segurança privada, o que consome R$18 milhões do orçamento da secretaria.
Durante o encontro, o secretário Eduardo Jorge também anunciou o lançamento, previsto para o dia 28 de agosto, do Programa Zeladores, que consiste em contratar moradores do entorno de praças que estejam desempregados e treiná-los para que façam a manutenção desses espaços de convivência. Inicialmente, será feita uma experiência com 40 pessoas, que deve se expandir se o programa funcionar bem.
O secretário ainda aproveitou para comentar sobre o projeto, em parceria com a Secretaria de Saneamento e Energia, de construção de 44 km de ciclovias, ligando a USP - Universidade de São Paulo à represa de Billings. Para o começo do ano que vem, ele diz que 12 km já devem estar em funcionamento.
Eduardo Jorge falou sobre a importância de se estabelecer parcerias entre a área de meio ambiente e outras áreas que recebam mais investimento público, como Saúde e Educação. Atualmente, 1,5% do orçamento do município cabem à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. O número pode parecer irrisório, mas já foi pior. Em 2005, apenas 0,4% da verba tinha esse destino, número, aliás, que permanece inalterado no âmbito federal.
Regina Monteiro, diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização e responsável pela redação da lei Cidade Limpa, salientou também a importância de parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos que tragam benefícios para a população.
Um exemplo disso é a própria lei Cidade Limpa, que, como explica Regina, procura canalizar o montante de dinheiro das empresas destinado à publicidade, para projetos que visem à melhoria da qualidade de vida nas cidades. Em vez de outdoors espalhados por todos os cantos poluindo a cidade visualmente, placas discretas em canteiros, praças e parques com o logo de empresas que cuidam daquele espaço ou desenvolvem algo de interesse público ali. No entanto, segundo a diretora, ainda há muitas arestas a serem acertadas quando se trata de parcerias, que vão desde o tamanho do nome das empresas nas placas até a contrapartida necessária.
Regina ainda falou sobre a legislação de ocupação urbana. No começo do século 20, a lei já previa que 20% dos terrenos fossem mantidos livres, mas a falta de fiscalização fez com que os proprietários começassem a incorporar as negas. Em 1979, a legislação se tornou mais específica e o loteador passou a ser obrigado a deixar 15% do terreno para áreas verdes, 20% para o sistema viário e 5% para escolas, creches e outras construções públicas. Ainda assim, esses limites não são respeitados atualmente.
Sun Alex, arquiteto e urbanista e autor do livro "Projeto da Praça - Convívio e Exclusão no Espaço Público" apresentou um pouco da pesquisa que realizou para sua tese de doutorado na USP, em que analisa como a construção de praças têm cometido equívocos nas últimas décadas, já que, em sua maioria, não cumprem o objetivo principal, que é de se integrar perfeitamente à arquitetura do entorno e servir como um espaço público de convivência e de fácil acesso, e do qual as pessoas se sintam no direito de usufruir.
Ele explica que, como no Brasil possuímos um projeto automobilístico, que não prioriza os pedestres, a praça, muitas vezes, bloqueia a passagem, impedindo a continuidade da visão da cidade para quem caminha. Como exemplo, Sun citou a Praça Roosevelt, em São Paulo, que é elevada, se separa da rua e se destaca do espaço urbano.
Outra crítica do arquiteto foi em relação à maneira como lidamos com a segurança, enchendo o espaço público de grades e placas, que poluem o visual e intimidam as pessoas. Para ele, as praças deveriam refletir a mistura, a diversidade do entorno. Sun ainda alerta para o fato de que muitas praças utilizam o verde apenas como uma retórica ecológica e de sustentabilidade e acabam criando locais sinistros, impedindo a livre circulação das pessoas.
Para ele, a cidade precisa resgatar o eixo e o sistema de circulação de pedestres, sendo fundamental repensar, inclusive, a largura das calçadas, cuja obrigatoriedade já foi de 2 metros e meio e hoje não passa de um metro e vinte e cinco. Sun diz que o ideal seriam três metros de calçada para facilitar a acessibilidade.
Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, lembrou a situação da floresta: bioma mais ameaçado no país e segundo, no mundo, presente em 17 estados brasileiros e com influência direta sobre a vida de mais de 122 milhões de habitantes. Depois de passar pelos ciclos do pau-brasil, do café, do ouro e da cana, sofrer com a era industrial e com a ocupação urbana, a Mata Atlântica tem apenas 7,26% de sua cobertura original e está extremamente fragmentada. Ainda assim, a população mal sabe dizer onde esse bioma se localiza geograficamente ou qual a sua importância – a Mata Atlântica é fundamental para a preservação da biodiversidade, o equilíbrio do microclima, a garantia da permeabilidade do solo e a diminuição da poluição. Por conta da Serra do Mar, cujo relevo dificulta a exploração do terreno, a área original, no estado de São Paulo, é um pouco maior, de 16%.
A diretora disse que vê com bons olhos as parcerias entre ONGs, poder público e privado. Como um exemplo bem sucedido, ela citou o Click Árvore – programa da SOS Mata Atlântica e do Grupo Abril que promove o reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica, em que cada clique se transforma no plantio de uma árvore. Até agora, mais de 15 milhões de mudas foram plantadas.
Para ela, o cidadão precisa se apropriar das praças e parques, pois além da importância desses espaços para a saúde física e mental da população, eles ajudam a criar, em cada um de nós, uma consciência maior de preservação ambiental.
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Evento debate praças e parques de São Paulo
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Lulas in love
Hoje publicou uma animação, Lulas in Love. Vai lá ver!
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
A história das coisas
Como diz lá, vale a pena gastar vinte minutinhos para assistir ao vídeo.
Sinopse:
O que é a História das Coisas? … Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afetam as sociedade no nosso país em outros países, mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e políticos. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de fatos, que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extração, produção, consumo e lixo. A História das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos destruindo o mundo e auto destruindo-nos, e assim apela a criarmos um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra. Este documentário vai nos ensinar algo, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida e que CONSUMIMOS.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
O poder terapêutico do prazer
:-D
terça-feira, 5 de agosto de 2008
O que os olhos não vêem o coração não sente?
Oceano de plástico
Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.
No oceano Pácífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.
Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.
Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.
E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.
Fontes:The Independent, Greenpeace e Mindfully
Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e principalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.
Antes de Reciclar, reduza!
***
Algumas outras fontes sobre o tema:
(...) A primeira vítima dos plásticos que se depositam nos oceanos é a vida animal. Calcula-se que 267 espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta na Normandia, no norte da França, com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago.
Quando eu tinha por volta de 10 anos encontrei bolinhas de plástico na praia. Ninguém sabia explicar de onde vinham. Para mim e algumas outras crianças, virou diversão juntar as bolinhas, um tesouro!, furá-las (coitados dos meus dedos, ai, ai) e fazer colares. Claro que isso não durou muito e também não limpou a praia.
(...) DEAD ZONES are hypoxic (low-oxygen) areas in the world's oceans, the observed incidences of which have been increasing since oceanographers began noting them in the 1970's. In March 2004, when the recently-established UN Environment Programme published its first Global Environment Outlook Year Book (GEO Year Book 2003) it reported 146 dead zones in the world oceans where marine life could not be supported due to depleted oxygen levels. Some of these were as small as a square kilometer, but the largest dead zone covered 70,000 square kilometers. (...)
ZONAS MORTAS são áreas hipóxicas (com baixa concentração de oxigênio) dos oceanos do planeta, cuja incidência observada tem aumentado desde que os oceanógrafos notaram sua presença na década de 70. Em março de 2004, quando o recente Programa Ambiental das Nações Unidas publicou o Primeiro Livro Anual de perspectivas Ambientais Globais (GEO Year Book 2003), reportou 146 zonas mortas nos oceanos do mundo onde a vida marinha não posia subsistir devido às baixas taxas de oxigênio. Algumas delas eram tão pequenas quanto um quilômetro quadrado, mas a maior de todas cobria uma área de 70.000 km2.
The Indepentent
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Idéia genial
Adoraria poder praticar rafting, rappel e outras coisas similares com mais freqüência, mas ai nãohá bolso que agüente tornar isso numa atividade física regular.
A melhor maneira de eu me mexer é me empolgar em algum projeto, como fazer um belo jardim, por exemplo. Ou então as prateleiras que resolvi fazer para meu quarto. Ou ajudar algum amigo na mudança, ou pintando paredes... Enfim: nada dos clássicos abdominais ou flexões ou, ou, ou...
Justamente por isso AMEI a idéia do Green Gym, na Inglaterra.
A matéria publicada na Revista Vida Simples de agosto de 2008 (que eu li no Planeta Sustentável, aqui) faz um ótimo resumo da proposta deles (e eu nem tenho que traduzir, hehehe):
Academia na roça - Cuide do corpo e (de quebra) do meio ambiente
Trocar o conforto da cama para se exercitar nos fins de semana sempre exige uma boa causa: ganhar mais saúde, socializar – e cuidar das áreas verdes do bairro. Estranho? Não na Inglaterra. Há dez anos, a ONG inglesa BTCV administra a bem-sucedida Green Gym (“academia verde”), um programa de malhação em benefício da natureza. Em encontros semanais, voluntários fazem três horas de exercícios em sessões de plantio e poda de árvores, construção de cercas ou lixeiras de madeira, manutenção de canteiros, cultivo de hortas e abertura de trilhas.
Navegando por ai
Ecotece - vestir consciente
Banco do Planeta - juntos por um planeta melhor (iniciativa do Bradesco)
Bicicletada - por ruas com menos poluição